Com o advento da realização do Pentálogo XI, o Ciseco elaborou uma série de entrevistas com os conferencistas do evento deste ano, a fim de elucidar aspectos da temática “Pandemia: sentidos em disputa”, que serão desenvolvidos nas conferências, ao longo do evento. Para abrir o ciclo de estudos, o Ciseco entrevistou o Prof. Dr. Gastón Cingolani, que ministrará a primeira conferência do Pentálogo XI, no dia 8 de novembro, às 14h, no canal do Ciseco no YouTube. A entrevista está disponível em português e em espanhol.

A conferência pode ser acessada clicando aqui.

Gastón Cingolani é Doutor pela Universidade de Buenos Aires, Mestre em Desenho de Estratégias em Comunicação pela Universidade de Rosário. É professor de graduação e pós-graduação em comunicação, semiótica e meios na área Transdepartamentental de Crítica das Artes na Universidade Nacional das Artes, na Faculdade de Jornalismo e Comunicação Social (UNLP), e na Universidade de San Andrés. É diretor do Instituto de Investigação e Experimentação em Arte e Crítica e desde 2007 dirige projetos de investigação sobre midiatização e experiência estética.

A programação completa está disponível aqui.

 

Eis a entrevista.

 

Ciseco - Qual a importância que tem o tema gera do Pentálogo XI, segundo o seu ponto de vista de um pesquisador da sua área de conhecimento?

Gastón Cingolani - Bem, acho que a importância de discutir esse assunto é evidente, não apenas por causa de seu estado atual, mas também por causa da natureza desafiadora do requisito. Especificamente: trata-se de pensar e trocar pontos de vista sobre um vasto assunto. É a diversidade de pontos de vista que nos permitirá não só ter maior clareza sobre o que aconteceu e o que está acontecendo, mas, também, finalmente apreciar o valor da complexidade. Apesar de ser um fenômeno global como poucos na história da humanidade, a pandemia não aconteceu da mesma forma em todos os lugares, nem mesmo na mesma cidade ou região. É preciso resgatar essa variedade de situações, pois elas revelam muitas coisas para se considerar o estado do mundo na contemporaneidade. Por outro lado, as midiatizações participaram (como não poderia deixar de ser) de forma decisiva na trama desse fenômeno em escala global e também local. Mas ainda não temos uma dimensão do impacto das midiatizações, uma vez que elas não geram efeitos homogêneos, regulares, em todas as escalas.

Quais são os ângulos principais que o senhor vai abordar na sua conferência?

No meu caso, vou propor uma revisão de algumas práticas de mídia que evidenciaram a crise de normalidade. Acredito que essa pandemia pudesse estar englobada nessa ideia: era uma crise dos orçamentos em que se monta o cotidiano, em que se tece nossa rede de contenção mais forte, que é o previsível, o conhecido, as certezas, os lugares comuns, os confortos, mesmo nos setores mais acostumados a emergências. Claro, é apenas uma aproximação mínima, mas estou muito interessado em revisar algumas manifestações dessa crise.

Decorridos 2 anos de pandemia, como o senhor avalia o desdobramento de discursos em disputas sobre a pandemia, segundo os ângulos dos estudos que o senhor realiza?

As disputas desenvolveram-se em diferentes níveis, revelando que não existe uma solução perfeita para os conflitos. Apesar de a modernidade sustentar que a racionalidade política argumentativa, a informação pública gratuita e abundante e os processos baseados na ciência iriam nos garantir que nada de catastrófico poderia nos acontecer, foi demonstrado, por poucas vezes, que nenhum desses pressupostos garantem soluções que se conformam a todos, nem mesmo para evitar grandes males. Se isso era algo que já sabíamos - pelo menos teoricamente - ocorreu uma situação extraordinária que nos confirmou o que temíamos. As disputas discursivas estão na base não apenas das divergências explícitas que existiam entre governos e cidadãos, entre diferentes setores da saúde, na tensão entre o resgate da saúde e o desastre econômico, na super-representação dos grupos radicais como uma só voz, em conflitos. O sistema também mostrou que os interesses setoriais são inconciliáveis, e que determinados sistemas, como a dinâmica urbana, energética, das desigualdades econômicas e culturais, estão em foco por falta de força e planejamento diante de uma catástrofe, e que o poder dos governos e políticas não é forte o suficiente - eles nem mesmo são a força principal, uma vez que mal conseguem controlar os danos no contexto de disputas entre setores. Isso se manifestou na mídia, não apenas nos discursos da mídia central (jornalística ou ficcional, produzida por grandes empresas de mídia), mas também nas práticas midiáticas no campo das redes interpessoais e públicas. O material que nos é oferecido para observar a crise discursiva é fabuloso. Meu trabalho principal é investigar as "normalidades" quebradas.

Na sua opinião, qual a contribuição deste evento para o avanço dos estudos que envolvem pandemia e comunicação?

Os Pentálogos do Ciseco hoje parecem ter sido uma agenda premonitória: nos eventos anteriores, eles investigaram e discutiram a representatividade democrática, figuras do poder governamental, circulação da mídia, economia, rua, saúde... tudo que mexeu! Pela pandemia! Portanto, sem dúvida, será um evento de grande interesse, pois muitos dos participantes já trabalharam a partir desses problemas.

Mencione referências de trabalhos sobre o tema pandemia e comunicação.

Valdettaro, S. (ed) (2020). Conversaciones en Panmedia. Rosario : UNR Editora. Editorial de la Universidad Nacional de Rosario.
Escudero, L. (2020) Antropología cultural del meme Covid-19. Estrategias de comunicación entre epidemia y pandemia. Revista Chilena de Semiótica 14, 6-24.
Bitonte, M. E., Siri, L. (2020) Mediatización de la pandemia a través de imemes. No todos los julios son iguales. Coloquio CIM, inédito.

 

***

 

Pentálogo XI - Gastón Cingolani - Entrevista en español

 

Ciseco - ¿Qué importancia tiene el tema general del Pentálogo XI, según su punto de vista como investigador en su campo de conocimiento?

Gastón Cingolani - Bueno, creo que la importancia de discutir esta temática es evidente, no solo por su actualidad, sino por lo desafiante del requerimiento. Concretamente: se trata de pensar e intercambiar puntos de vista sobre un tema vastísimo. Es la diversidad de los puntos de vista los que nos permitirán tener no solo mayor claridad sobre lo que aconteció y acontece, sino también finalmente apreciar el valor de la complejidad. Pese a ser un fenómeno global como pocos en la historia humana, la pandemia no aconteció de la misma manera en todas partes, ni siquiera en una misma ciudad o región. Hay que recuperar esa variedad de situaciones, porque revelan muchas cosas para considerar el estado del mundo en la contemporaneidad. Por otro lado, las mediatizaciones han participado (como no podía ser de otra manera) decisivamente en el tejido de este fenómeno de escala global y también local. Pero todavía no tenemos dimensión del impacto de las mediatizaciones ya que tampoco ellas generan efectos homogéneos, regulares, en todas las escalas.

¿Cuáles son los principales ángulos que abordará en su conferencia?

En mi caso, voy a proponer la revisión de algunas prácticas mediáticas que evidenciaron la crisis de la normalidad. Yo creo que esta pandemia podría englobarse en esa idea: fue una crisis de los presupuestos sobre los que se monta la cotidianidad, sobre los que se teje nuestra red de contención más fuerte que es lo previsible, lo conocido, las certezas, los lugares comunes, las comodidades, incluso en los sectores que están más habituados a las emergencias. Desde ya, es solo una aproximación mínima, pero me interesa mucho revisar algunas manifestaciones de esa crisis.

Después de 2 años de la pandemia, ¿cómo evalúa el desenvolvimiento de los discursos en disputas sobre la pandemia, según los ángulos de los estudios que realiza?

Las disputas se desarrollaron en diferentes planos, dejando al descubierto que no existe la solución perfecta para los conflictos. Pese a que la modernidad sostuvo que la racionalidad argumentativa política, la libre y profusa información pública, y los procesos basados en la ciencia nos iban a garantizar que nada catastrófico podía sucedernos, quedó demostrado como pocas veces que ninguno de estos supuestos asegura soluciones que conformen a todos, ni siquiera que eviten males importantes. Si esto era algo que ya sabíamos -al menos teóricamente-, se produjo una situación extraordinaria que nos confirmó lo que temíamos. Las disputas discursivas están en la base no solo de los desacuerdos explícitos que hubo entre gobiernos y ciudadanías, entre diferentes sectores de la salud, en la tensión entre el salvataje sanitario y la debacle económica, en la sobre-representación de grupos radicales como una voz destacada en los conflictos. También el sistema evidenció que los intereses sectoriales son irreconciliables, y que ciertos sistemas, como las dinámicas urbanas, las energéticas, las desigualdades económicas y culturales, están en el foco por falta de fortaleza y planificación ante una catástrofe, y que los gobiernos y el poder político no tienen suficiente fuerza -ni siquiera son la fuerza principal, ya que apenas pueden controlar daños en el marco de las disputas entre sectores-. Esto se manifestó en los medios, no solo en aquellos discursos de los medios centrales (periodísticos o ficcionales, producidos por las grandes empresas mediáticas) sino también por las prácticas mediáticas en el ámbito de las redes interpersonales y públicas. El material que se nos ofrece para observar la crisis discursiva es fabuloso. Mi clave de trabajo es indagar las “normalidades” quebrantadas.

En su opinión, ¿cuál es el aporte de este evento al avance de los estudios sobre pandemias y comunicación?

Los pentálogos de Ciseco hoy parece que hubieran sido una agenda premonitoria: durante los anteriores eventos se investigó y discutió sobre representatividad democrática, figuras del poder gubernamental, sobre la circulación mediática, la economía, la calle, la salud… ¡todo aquello que quedó trastocado por la pandemia! Por lo tanto, es indudable que será un acontecimiento de gran interés, porque muchos de quienes participan ya han estado trabajando sobre la base de estos problemas.

Mencionar referencias a trabajos sobre el tema de pandemias y comunicación.

Valdettaro, S. (ed) (2020). Conversaciones en Panmedia. Rosario : UNR Editora. Editorial de la Universidad Nacional de Rosario.
Escudero, L. (2020) Antropología cultural del meme Covid-19. Estrategias de comunicación entre epidemia y pandemia. Revista Chilena de Semiótica 14, 6-24.

Bitonte, M. E., Siri, L. (2020) Mediatización de la pandemia a través de imemes. No todos los julios son iguales. Coloquio CIM, inédito.

 

Avatar

“Acho que os dez anos do Pentálogo traduzem a força proativa da pesquisa universitária conduzida por mestres cientificamente inquietos, mas institucionalmente persistentes, como é o seu caso. O CISECO surfa vitorioso nas dificuldades. Vai continuar ainda que seja grande a onda adversa para a educação e a cultura no momento.”

Muniz Sodré - UFRJ