Em discurso de posse na Academia de Letras da Bahia no final de outubro, o professor Muniz Sodré (emérito da UFRJ e doutor Honoris Causa da UFBA) saudou vivos e mortos e homenageou todos os que já foram membros da Academia, afirmando que a ancestralidade “vem nos ensinar que ética não se resume à codificação de regras de conduta nem a um ajustamento moral”. A ética que é, nas palavras dele, “um apelo radical à dignidade do ato de habitar e de conviver, portanto, a tudo que implique um destino comum prefigurado pela razão fundadora da comunidade”.

A fala do novo responsável pela cadeira 33 – que carrega na sua história vários grandes nomes de intelectuais negros da Bahia e cujo patrono é o poeta Castro Alves – foi sucedida pela de João Carlos Salles, reitor da UFBA. O discurso previamente escrito dialogou de maneira impecável com as palavras de Sodré; Salles pontuou a relevância da educação, em especial no período complicado em termos de obscurantismo que instituições de ensino e pesquisa vêm tendo o desafio de enfrentar. No fim de sua comunicação, o reitor defendeu a necessidade de proteção e liberdade à arte, à cultura e ao conhecimento. “Esta casa jamais poderia convidar-nos ao silêncio”, disse, referindo-se à Academia.

Registramos aqui nossos parabéns a Muniz Sodré, integrante do conselho científico do CISECO, além de grande mestre e amigo. Os discursos de Muniz Sodré e de João Carlos Salles podem ser lidos completos na íntegra através do link: https://portal.ufba.br/ufba_em_pauta/muniz-sodre-toma-posse-na-academia-de-letras-da-bahia.